O poema Martin Fierro (maior clássico da literatura gauchesca), do argentino José Hernandez, de 1872, é uma celebração da bravura do gaúcho, do homem livre da pampa em suas lutas pela sobrevivência. Tornou-se ícone máximo do povo da “pampa gaúcha” que compreende a Argentina, Uruguai e Brasil, unidos nessa epopéia, através do Rio Grande do Sul, e particularmente Santana do Livramento. Na vastidão da campanha, onde o olhar se esparrama pelo horizonte, lá esta o pampa, um imenso mar verde que tem suas beiradas no Rio da Prata e seu fim, se é que o tem, na Patagônia, bem mais ao sul.
Um representante da tradição literária ibérica, aquela que registra as façanhas de um bravo cavaleiro, Martin Fierro, porta voz da sua própria historia, foi a revivência do El Cid campeador, o caudilho ibérico de mil anos atrás que, também desterrado, saiu a pelejar contra meio mundo na Espanha da época.Uma espécie de manifesto de desagravo em contraponto aqueles que lutavam contra a existência da cultura do gaúcho. Em 1870, Jose Hernandez participou de um levante armado, o poema redigido em língua nativa e rústica contribui para formação cultural do homem e da mulher da pampa. Uma força telúrica, uma das mais autenticas expressões da liberdade do homem da Latino América. Gauchismo “um estado de espírito supranacional”.
Sant´Ana do Livramento – RS – Brasil
Berço do Martin Fierro
Durante um tempo entre final de 1870 e 1872 o poeta argentino Jose Hernandez esteve exilado na Fronteira da Paz e ali numa pequena pensão, na atualidade na esquina da rua Rivadávia Côrrea com a rua Uruguai, no sul do Brasil. Hernandez não desanimou na sua luta em defesa da pampa gaúcha e à luz da lamparina deu-se a esboçar a primeira parte da sua epopéia xucra, aos fins das tardes na atual Praça General Osório, onde inclusive tem um busto em sua memória, tomando mate e escrevendo aquele que viria ser a principal obra literária que retrata a vida e a personalidade do gaúcho da pampa. A primeira parte do livro foi editada em 1872.
Fonte:
Centro de Cultura Um Canto Para Martin Fierro
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